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GOLUBAC – um passeio pela menor cidade da Sérvia na beira do Danúbio


Teria sido uma noite de quinta feira comum, não fosse pela mensagem do Thiago no meu celular dizendo: “Meninas, já tem uma viagem no forno pra vocês”. Recebemos essa noticia a noite enquanto ainda estávamos na Áustria, visitando a melancólica e fria cidade de Viena. Não podíamos imaginar qual cidade seria nosso destino e muito menos o que encontraríamos lá.


Desenho de observação da Fortaleza de Golubac / Por: Rayssa Morinigo

De repente a data da viagem e o nome do local se confirmam: nos dias 28 e 29 visitaríamos Golubac. Mal havíamos desfeito as malas da viagem anterior e já estávamos de partida. Pegamos um ônibus na rodoviária e as boas novas já começavam ali dentro mesmo, isso porque as janelas enormes nos permitiram ver todo o trajeto de forma quase panorâmica. Depois de duas horas e meia de estrada, já entrando na cidade de destino, um senhor de idade que explicava algumas coisas para a Rayssa, aponta o dedo pela janela e diz: “Olha, ali do lado de lá fica a Romênia”. Nunca havíamos sentido uma sensação como aquela. Enxergar dois países tão próximos, em um espaço de tempo muito curto separados apenas por um rio. Sobre esse sentimento, infelizmente (ou felizmente) não consigo descrever em palavras.


Do lado de lá do rio Danúbio, é possível enxergar a Romênia / Foto: Marina Farias

Ao chegarmos enfim em Golubac, Jelena Petrović, nossa primeira guia nos esperava no terminal rodoviário local e já ali nos encantamos com essa pessoa doce que se dispôs as nos acompanhar pacientemente por dois dias pela cidade. Sabíamos que o tempo seria curto para tantas coisas que gostaríamos de visitar mas seguimos e começamos pela Fortaleza de Golubac.


O Forte Golubac visto de frente / Foto: Rayssa Morinigo

O Forte de Golubac ou Fortaleza de Golubac, foi construído no sec XIV no entanto não há uma data específica. Acredita-se que foi erguido por volta do ano de 1335 e a contrução sempre teve caráter militar. Visitar uma construção tão antiga e tão importante para a história do país - afinal foi o primeiro local a ser reconhecido pelo governo sérvio como patrimônio turístico – é realmente inspirador. Muitas perguntas surgem e através de uma delas, descobri que a base para a construção do forte são os seguintes elementos: argamassa, pedras e ovos. Sim! Ovos eram usados para dar liga à massa. Mas esse é um dos fatos interessantes. O que mais me chamou a atenção foi saber que cerca de 60 anos atrás, quando a extinta Iugoslávia ainda existia, o nível da água do Rio Danúbio que cerca o forte era muito mais baixo, o que permitia ver o primeiro andar da fortaleza.


Rayssa Morinigo começando os primeiros traços do desenho de observação / Foto: Marina Farias

Depois do forte, foi a vez de passear entre as folhas de uma estradinha de chão que leva a um mosteiro. Não chegamos a visitar o mosteiro em si, no entanto fomos a uma caverna que teria sido supostamente a moradia de um monge chamado Zosim Tumanski. Reza a lenda que Zosim foi morto acidentalmente enquanto Milos Obilic, um cavaleiro a serviço do principe Lazar, estava caçando na floresta. Até os dias de hoje, ele (Zosim) é tido como um santo daquele local. Muitas historias de milagres cercam o lugar e também o monge, e confesso que caminhar ouvindo nosso segundo guia, Jovan Kocmanovic contar essa e outras historias durante a caminhada foi algo singular.


Da dir. pra esq: Jovan, Rayssa Morinigo e Jelena, no caminho que leva ao lugar “sagrado” onde estaria o corpo de Zosim Tumanski / Foto: Marina Farias


Ao lado da casa branca, é possível ver a caverna que teria sido moradia de Zosim Tumanski / Foto: Rayssa Morinigo

Ao final do dia, por volta das 17 horas, como de costume durante o inverno no leste europeu, o sol já havia ido embora. Era o momento de jantar e ir pro hotel descançar. Fizemos ambas as coisas no mesmo lugar: um hotel aconchegante que é sede de um dos melhores restaurantes da cidade chamado Zlatna Ribica. Escolhemos uma entrada que continha molhos e ítens típicos do local, além de uma cesta de pães que são ao mesmo tempo quentes, crocantes e macios. Pronto. Assim terminou nossa primeira viagem na menor cidade da Sérvia.


Uma das duas cestas de pães que acompanham a entrada. Foto: Rayssa Morinigo


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